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AÇÚCAR & ETANOL
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Marcelo Bonifacio

Formado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Possui experiência em pesquisa e análise nos mercados de commodities. É analista em Inteligência de Mercado da StoneX do Brasil com foco em Açúcar e Etanol.
Este texto teve a colaboração de Filipi Cardoso e Rafael Borges.

Relatório Diário – Mercado de Açúcar e Etanol 23/08/23

Data da publicação do relatório: 23/08/2023

Relatório Diário - Mercado de Açúcar e Etanol StoneX

No Relatório Diário de Açúcar e Etanol, os especialistas da StoneX discutem sobre os principais fundamentos que movimentaram as cotações do açúcar na bolsa de Nova-Iorque e Londres, trazendo análises sobre os diversos países produtores e consumidores de açúcar e etanol. Em conjunto, apresentamos os principais drivers do mercado de etanol no Brasil e no mundo.

O material apresenta seção analítica, trazendo perspectivas sobre os temas mais relevantes para o setor sucroenergético, bem como tabela diária contendo os principais indicadores físicos e técnicos do mercado de açúcar e etanol. Conheça os pacotes de assinatura de Relatórios de Açúcar e Etanol

Índia deve banir exportações de açúcar na próxima safra

Índia | Chuvas abaixo da média no período de monções devem concretizar expectativa de quebra de safra no sul da Índia 

Nesta quarta-feira (23), notícias apontaram que o governo da Índia irá proibir as exportações de açúcar na safra 2023/24 (out-set), por conta da preocupação com a colheita que iniciará em outubro/23 e que deve trazer um volume de cana ainda menor no comparativo com o ciclo atual, já que as chuvas de monções continuam menos volumosas no mês de agosto.

A inflação indiana de alimentos tem piorado nos últimos meses e vem forçando as autoridades governamentais a adotarem políticas mais protecionistas, para garantir o abastecimento interno das commodities – medidas foram tomadas no mercado de arroz, com banimento de embarques, e no de cebola, com tarifa de exportação de 40%, para além do aplicado no açúcar.

Segundo o Departamento Meteorológico da Índia (IMD, da sigla em inglês), desde o início do período de monções, o volume de chuvas está 7% atrás da média em termos nacionais.

Nas principais regiões canavieiras, o cenário também é de atraso entre junho e o final de agosto: Uttar Pradesh (-16%), Maharashtra (-7%) e Karnataka (-17%). Neste cenário, embora o mês de julho tenha recebido precipitações acima da média por alguns dias, recuperando o déficit hídrico, agosto tem sido pobre em chuvas, aumentando ainda mais as preocupações quanto a safra de cana no país.

Em agosto, até o dia 23 do mês, Maharashtra está 58% atrás do volume médio mensal de precipitações, Karnataka possui déficit de 73% – Uttar Pradesh, mais ao norte, está 16% abaixo da média, situação com uma disparidade regional – estados mais ao leste em déficit, mas regiões a oeste com excesso de chuvas.

Ainda, segundo a previsão, o final de agosto não deve ter grandes recuperações do volume, e Karnataka, por exemplo, pode fechar o mês com quase 80% de chuvas a menos do que a média de 10 anos.

Volume de chuvas em Karnataka* (mm)

* Até 22 de agosto de 2023. Fonte: Refinitiv. Elaboração: StoneX.

Maharashtra, que produziu 10,53 milhões de toneladas de açúcar em 2022/23 (sob forte quebra anual de mais de 3 MMT), está em cenário similar ao seu vizinho, Karnataka, e deve enfrentar novo ciclo de quebra – já se fala em algumas áreas perdendo entre 15% e 20% da disponibilidade de cana em 2023/24.

Nesse sentido, o cenário de quebra na Índia no próximo ciclo deve se materializar, podendo assim chegar a 31,3 milhões de tons produzidas do adoçante no país, segundo estimativa da StoneX.

Inicialmente, entendia-se que o governo indiano poderia considerar as exportações de açúcar a partir de abril do ano que vem, com um potencial de excedente exportável ao redor de 2 MMT.

Contudo, o banimento deve causar uma folga nos estoques domésticos e, potencialmente, queda nos preços internos, como é esperado pelo viés da política protecionista adotada. Com as exportações zeradas, e considerando consumo doméstico de 28 MMT, os estoques finais podem crescer 3,3 milhões de toneladas em 2023/24.

Estoques finais de açúcar na Índia (milhões de toneladas)

* Estimativas StoneX. Fontes: ISMA, StoneX. Elaboração: StoneX.

As reservas domésticas de açúcar na Índia devem ter quarta safra seguida de queda, sendo que, em 2020/21 e 2021/22, o país enfrentou duas temporadas abundantes da commodity, que acabaram sendo escoadas para o mercado externo dado o ciclo de crescimento nos preços do açúcar. Assim, o controle dos estoques parece ser justificado pela preocupação de que o nível se aproxime do menor já registrado, que foi em 2016/17.

Para o trade flow global, a ausência da Índia deve impactar diretamente o início de 2024, quando costumeiramente o país estaria mais ativo nas exportações.

Contando com os três principais exportadores no mundo – Brasil, Índia e Tailândia –, a disponibilidade de açúcar deve continuar apertada até o segundo trimestre de 2024, uma vez que, além dos problemas climáticos indianos, a Tailândia está em situação similar e deve ter quebra de cerca de 2,0 MMT em 2023/24, podendo exportar menos.

Exportações açúcar por Brasil, Índia e Tailândia em valor bruto (milhões de toneladas)

* Estimativas StoneX. Fontes: Thai Sugar Millers, MDIC, ISMA, StoneX. Elaboração: StoneX.

Ao que tudo indica, o cenário para o açúcar neste final de 2023 deve ser similar ao que aconteceu no ano passado, com menor disponibilidade de açúcar na virada do ano. No terceiro trimestre de 2024, assim como o 3T de 2023, o Centro-Sul deve ocupar grande espaço nas exportações, suprindo a ausência dos demais players – contudo, os embarques totais dos três principais exportadores em 2023/24 (out-set) deve ser menor se comparado a 2022/23, ou seja, o Brasil não deverá ser capaz de suprir totalmente as cargas asiáticas que ficarão de fora do trade flow.

 

Marcelo Bonifacio

Formado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Possui experiência em pesquisa e análise nos mercados de commodities. É analista em Inteligência de Mercado da StoneX do Brasil com foco em Açúcar e Etanol.
Este texto teve a colaboração de Filipi Cardoso e Rafael Borges

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