Participação do etanol no ciclo Otto bate recorde em meio à baixa paridade
Nesta sexta-feira, a ANP publicou dados de vendas de combustíveis pelas distribuídas em março, fechando assim o período da safra 2018/19 de cana-de-açúcar no Centro-Sul (abril-março). Neste intervalo, a venda de etanol hidratado no Brasil totalizou 20,7 bilhões de litros, o maior valor da história, superando em 19,3% a máxima anterior, de 2015/16.
Com isso, a venda de gasolina C no país caiu 13,1% na comparação com 2018/19, totalizando o menor volume desde 2011/12, com impacto direto sobre as vendas de anidro. Desta forma, a participação do hidratado no ciclo Otto (considerando a equivalência energética) foi de 27,9%, a maior proporção em oito anos. Além disso, se considerarmos também o anidro, a participação total do etanol foi de 41,5%, a maior já registrada.
Vale destacar que a maior demanda foi resultado, em grande parte, da paridade mais favorável ao etanol na comparação com a gasolina. Na média nacional, esta paridade ficou em 71,1% na média o período. Mesmo que o nível esteja acima de 70% – patamar aproximado de equivalência energética – é importante destacar que nos principais estados produtores e consumidores do biocombustível a paridade ficou significativamente abaixo deste patamar.
Esta foi a menor paridade desde 2010/11, quando o biocombustível registrou 68,7% do preço médio da gasolina C ao longo da safra. Naquela época, entretanto, menos da metade da frota nacional era flex fuel, reduzindo a demanda potencial por hidratado em relação aos dias de hoje, em que a participação deste tipo de veículo é de 77%. Além disso, a mistura de anidro era de 25%, reduzindo também a participação desta variedade.
Matéria escrita por João Paulo Botelho, colaborador StoneX até outubro de 2019.