Na terça-feira (06) membros do governo da Costa do Marfim e dos Estados Unidos se reuniram para discutir questões relativas à possível interrupção das compras dos EUA do cacau marfinense, em função das acusações de trabalho infantil.
Em julho, a proposta de interrupção das importações do cacau da Costa do Marfim foi levantada por dois senadores estadunidenses. Segundo os políticos, haveriam evidências irrefutáveis de que a produção marfinense se ancorava na exploração de mão de obra infantil e, portanto, a entrada destes produtos deveria ser barrada nos portos dos EUA.
Ao longo do encontro, a primeira-dama da Costa do Marfim, Dominique Ouattara, afirmou que a medida seria maléfica às práticas que o país já vem desenvolvendo, e puniria financeiramente toda a indústria do cacau marfinense.
De acordo com projeções da ICCO, durante a safra corrente, a Costa do Marfim será responsável por fornecer cerca de 45% da produção global de cacau, enquanto que a demanda dos EUA, deve corresponder a aproximadamente 8% da moagem mundial na temporada 2018/19. Deste modo, diante das proporções correspondentes a cada um dos mercados no balanço de oferta e demanda, verifica-se que o boicote estadunidense sobre a produção da Costa do Marfim não gera um impacto tão massivo, contudo, caso a ação seja endossada por demais nações, o efeito pode ser maior.