Mercado movimenta cotações, porém semana se encerra com poucas variações

Os preços futuros do cacau apresentaram comportamento indefinido ao longo da semana, alternando entre momentos de baixa e de alta. Isso se deu em função das diferentes expectativas acerca da safra de amêndoas de cacau.  Em Nova York, (ICE), a tela de maio/19 encerrou o pregão de sexta-feira a USD 2.203/t—o que corresponde a uma pequena retração de 0,9% na semana. Em Londres, o contrato equivalente manteve-se no patamar de GBP 1.671/t ao final da semana.

As cotações iniciaram a semana pressionadas em função das expectativas de safra recorde, impulsionada por boas condições no principal produtor mundial – a Costa do Marfim. No entanto, a partir de quarta-feira 06, questões climáticas, como o reduzido nível de chuvas registrado na semana, bem como temperaturas elevadas, despertaram preocupações do mercado com relação ao desenvolvimento das plantações, e sustentaram as cotações.

Outra importante movimentação de mercado ocorrida na semana, foi a desvalorização do euro em resposta aos sinais do Banco Central Europeu de mudança em sua política monetária. Após revisão para baixo na expectativa de crescimento da economia europeia, a instituição que antes estava adotando uma política contracionista, com planos de alguns aumentos na taxa básica de juros e venda de títulos, inverteu sua posição, com indícios de que não realizará a alteração da taxa, assim como também desenvolverá um projeto para aumentar a liquidez da economia. Nesse sentido, a desvalorização do euro poderá pressionar o mercado de cacau, ao passo que a demanda do produto se concentra na Europa.

Acompanhamento da safra 2018/19

As entregas de amêndoas de cacau aos processadores e exportadores marfinenses avançaram fortemente na semana encerrada no dia 10 de março. O montante entregue foi de 42 mil toneladas, um incremento de 50% ante o volume entregue na semana imediatamente anterior.  Período equivalente da safra 2017/18 registrou um volume entregue nos portos de 25 mil toneladas, sobre a qual observou-se um incremento de 68%. A retomada do nível de entregas de amêndoas de cacau nos portos, está em consonância com as expectativas de boa safra principal na Costa do Marfim, divulgadas pela ICCO recentemente.

No acumulado desde o início de outubro, totaliza-se 1,587 milhão de toneladas de amêndoas de cacau entregues. Comparativamente à semana anterior, houve aumento de 2,6% e, à igual período da safra 2017/18, cujo volume registrado foi de 1,441 milhão de toneladas, o incremento observado foi de 10,1%. Com relação à safra intermediária – março a setembro – os produtores começam a ter algumas preocupações com relação às condições climáticas para seu desenvolvimento. A estação das chuvas deve se iniciar no mês de março e bons volumes pluviométricos são fundamentais para o desenvolvimento da plantação. Portanto, é fundamental o acompanhamento das condições climáticas para o resultado da safra.

A safra brasileira começa a dar indícios de menor resultado para o mês de março. A semana encerrada em 03 de março totalizou a entrega de 1.118 toneladas, representando a terceira semana consecutiva de quedas. Com relação à semana imediatamente anterior, houve redução de 15,4%. O estado da Bahia foi o principal responsável pela acentuada queda na semana, de modo que o montante recebido no principal produtor nacional, foi ainda menor que os recebidos no Pará, estado que também apresenta comportamento de entregas inferiores à média normal do período.

No acumulado, a produção brasileira registra 58.019 toneladas até a referida semana, representando uma redução de 15,2% com relação ao mesmo período da safra anterior.

Update Climático

Apesar dos bons resultados no desenvolver da safra principal na Costa do Marfim, as condições pluviométricas registradas na semana passada despertaram preocupações com relação ao desenvolvimento da cultura, e possível impacto na safra intermediária – abril a setembro. Embora a região tenha apresentado um bom desenvolvimento das chuvas no fim de semana, a previsão de chuvas para os próximos dias não é tão favorável. Assim, uma maior precipitação nas próximas semanas é fundamental.

No Brasil, o baixo volume de chuvas continua a ser um fator que compromete a umidade do solo nas regiões produtoras.

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