Diante dos números de moagem europeus, os contratos do cacau iniciaram a semana com quedas, contudo, dados da América do Norte e Ásia auxiliaram a suportar os preços ao fim da semana. Em Nova York, na última sexta-feira, o contrato com vencimento mais próximo, de dezembro, encerrou cotado a USD 2.499/t, 0,2% abaixo do fechamento na sexta-feira anterior. Em Londres, houve alta semanal de 0,2%, para GBP 1.875/t.
A commodity abriu a semana em baixa, refletindo os números de demanda menos aquecida para o segundo trimestre de 2019. Os dados divulgados pela Associação Europeia de Cacau (ECA) acometeram o mercado de surpresa, ao passo que a mediana dos agentes precificava elevação no volume de moagem para o trimestre passado. Deste modo, as estatísticas foram responsáveis por ressaltar as preocupações com relação aos impactos da desaceleração do crescimento econômico nesta região, sobre a demanda por produtos secundários do cacau. Os números do PMI para a Zona do Euro servem para elucidar o cenário de menos otimismo pelo qual a região atravessa, de modo que a última projeção da entidade, estima que o PMI da indústria se encontra em 47,6 pontos – índice inferior a 50 pontos sinaliza retração.
Em sentido oposto, dados de processamento da América do Norte e da Ásia, ao exibirem crescimento com relação à similar período da temporada anterior (+3,7% e 16,3%, respectivamente), auxiliaram na sustentação das cotações do cacau na semana.
Ademais, pelo lado da demanda, Costa do Marfim e Gana também forneceram fundamentos de alta ao mercado. O maior produtor global da commodity seguiu apresentando redução no ritmo de entregas a partir da segunda metade da safra intermediária, e tem atraído a atenção dos agentes. Em Gana, por seu turno, há relatos de postergação de parcela das entregas para a temporada seguinte (cerca de 50 mil toneladas), em função da quebra de safra no país.
De acordo com relatório divulgado pelo CFTC na última sexta-feira, fundos não comerciais e não reportáveis reduziram sua exposição em futuros de cacau entre os dias 09 e 16 de julho. Em conjuntos, o saldo líquido das categorias, recuou 9,25 mil lotes, somando 22,704 mil contratos comprados. Algumas liquidações podem ter ocorrido em função das incertezas com relação aos dados de moagem que seriam divulgados na semana.