A safra intermediária brasileira – conhecida como “temporão”, que se estende de maio a setembro – se aproxima do fim, tendo apresentado resultados excelentes até agora. As entregas aos processadores acumuladas desde o início dessa safra somam 102,9 mil toneladas de amêndoas, 83,9% a mais que no mesmo período do ano passado. Com isso, a temporada 2017/18 do Brasil se recuperou do atraso de mais de 20% em comparação com o ano anterior antes do início do temporão e agora se encontra 16,3% na frente, com um total de 183,4 mil toneladas de cacau entregues até agora, há quatro semanas do fim.
Indicadores climáticos e referentes à qualidade do solo favoráveis reforçam o cenário otimista para a produção da próxima safra, que se inicia em outubro. A saúde da vegetação nas principais regiões produtoras – sul da Bahia e norte do Espírito Santo, sudoeste do Pará e sudeste da Amazônia e norte de Rondônia – verifica situação significativamente melhor do que anos passados, sustentando a perspectiva de uma colheita mais volumosa no início de 2018/19.
Os bons resultados no temporão aumentaram a disponibilidade interna de amêndoas e pressionaram o prêmio do cacau na Bahia em relação ao preço de referência de Nova York. O diferencial entre as duas cotações apresenta uma tendência de queda desde maio, com a confirmação de uma disponibilidade maior de produto devido à maior produção no temporão. Na média de setembro, até agora, o ágio foi de USD 100/t, contra USD 400/t na média de abril. Em agosto a diferença entre os prêmios chegou a atingir valores negativos, o que não ocorria desde a safra 2015/16 – último ciclo no qual a produção total no país foi superior a 180 mil toneladas.