PMI do setor recuperou-se, superando 50 pontos pela primeira vez em 4 meses
O par dólar/real abriu o segundo trimestre de 2019 em queda, refletindo melhora no apetite pelo risco dos investidores em meio aos sinais de aquecimento da economia chinesa. Em queda de 1,0%o dólar era cotado no final do dia a R$ 3,876, seu menor valor em quase uma semana.
Os dados do PMI da indústria chinesa, que mostraram recuperação do setor no mês de março, repercutiram bem nos mercados nessa segunda-feira (1º) e conferiram suporte aos ativos de economias emergentes e exportadoras de commodities. Divulgados na madrugada de ontem, os números mostraram que as fábricas chinesas estão reagindo às medidas de estímulo adotadas pelo governo do país—como corte de impostos e afrouxamento das condições financeiras—e aos progressos alcançados nas negociações comerciais com os Estados Unidos.
Em março, o PMI da indústria chinesa avançou acima do limiar neutro de 50 pontos, sugerindo condições compatíveis com um cenário de crescimento. De acordo com o levantamento da Caixin/Markit, o setor registrou crescimento ligeiramente mais rápido na produção e na contratação de mão de obra, além de um aumento nos estoques de insumos, o primeiro desde novembro de 2018. O subíndice de expectativas do PMI, que mede a confiança do setor para a produção nos próximos 12 meses, avançou para sua máxima em dez meses em março, com as empresas relatando que esperam que o ambiente de negócios continue a melhorar.
Com o desentendimento entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), aparentemente superado, o cenário político doméstico também traz algum alívio aos investidores. No final de sua viagem a Israel, Bolsonaro anunciou que reservará “pelo menos meio-dia” de sua agenda no Brasil para reunir-se com parlamentares para conversar sobre a Previdência. A demonstração de abertura para o diálogo pode ajudar a reaproximar o Planalto do Congresso. Esta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes também deve participar de sessão na CCJ da Câmara, na quarta-feira (3), para falar da Previdência.