Alinhado às baixas registradas nas cotações do petróleo e gás natural, os principais insumos petroquímicos também registraram recuos na quinzena. A nafta ao Noroeste da Europa encerrou o pregão da última sexta-feira (02) cotada a USD 53,49/bbl, com retração quinzenal de 5,2%, e como o insumo registrou queda em maior intensidade que o petróleo, o crack nafta-Brent recuou para USD – 8,40/bbl.
O petróleo Brent acumulou queda de 0,9% na quinzena, cotado a USD 61,89/bbl ao fim da semana passada. A desvalorização da commodity decorre do aprofundamento das tensões envolvendo Estados Unidos e China. Apesar dos países terem retomado recentemente as negociações – as quais estavam paralisadas desde maio –, novamente o governo de Washington criticou Pequim pelo atraso nas conversas. Após a última rodada de negociações, deprime-se as expectativas de trégua no conflito comercial: os EUA impuseram nova taxação de 10% sobre USD 300 bilhões de produtos importados da China, e pelo lado de Pequim, o Banco do Povo da China deu aval à nova desvalorização do yuan nesta segunda-feira (05), com o intuito de amenizar os impactos das barreiras impostas pelos yankees.
No mesmo dia, o Departamento do Tesouro dos EUA acusou a China de manipular sua moeda, e torna evidente a rápida deterioração sofrida na relação entre as potências, ampliando os receios com relação aos impactos sobre os fluxos de comércio e, consequentemente, sobre o crescimento econômico global.
Além do aperto exercido pelas desvalorizações do petróleo, a nafta europeia encontra outros dois fatores de pressão: o elevado estoque (gasolina e nafta) e a competição direta com o propileno. Na sexta-feira (02), os estoques combinados de gasolina e nafta nos portos de ARA eram avaliados em 1,448 milhão de toneladas, volume que se aproxima das máximas dos últimos cinco anos, e alcança patamar 14,4% superior à média do período.
No tocante ao propano em Mt Belvieu, o insumo é avaliado em USD 18,84/bbl e acumula retração de 9,34% no período. Assim, diante da desvalorização mais intensa que aquela sofrida pela nafta, a relação de preço entre os insumos amplia-se para 2,84 vezes, e mantém o propano mais atrativo à indústria petroquímica.
Por seu turno, o gás natural dá continuidade à sua tendência de desaceleração. Na quinzena, o benchmark Henry Hub soma retração de 5,78% para USD 2,12/mmbtu, e além de derrubar consigo os preços do propano, também o faz com o etano, o qual apresentou redução de 23% na quinzena, para USc 12,5/gal.