Índia registra demanda de combustíveis aquecida em 2022

Ao longo do ano passado, a Índia foi marcada por resultados positivos na economia, registrando um crescimento do PIB de 8,7% no ano fiscal de 2021/22, com o Banco Mundial estimando expansão de 6,9% e 6,1 % para 2022/23 e 2023/24, respectivamente. Tal cenário econômico aquecido se reverteu em um aumento consistente da demanda por combustíveis no país, que operou acima das máximas históricas ao longo de quase todos os meses do ano, totalizando 4,94 mbpd, com expansão de 9,1% frente ao valor observado em 2021.

Consumo de combustíveis pela Índia (mbpd)

Fonte: JODI, PPAC. Elaboração: StoneX.

Nesse sentido, o consumo de derivados de petróleo da Índia em 2022 marcou recorde desde o início dos registros históricos. Em termos absolutos, o avanço foi guiado principalmente pelo diesel, marcando alta de 10,2% em relação ao praticado no ano anterior, conforme a melhoria dos indicadores econômicos, principalmente no setor agrícola e industrial, que incentivaram o aumento da demanda do combustível para transporte de produtos. A gasolina também registrou aumento anual expressivo, de 11,2%, em meio à retomada dos níveis de mobilidade do país no cenário pós-pandêmico.

Ao contrário do forte avanço da demanda, a produção acabou seguindo um aumento menos intenso. A oferta total de combustíveis por parte das refinarias indianas registrou alta de 5,8% no comparativo anual entre janeiro e novembro, com o diesel e a gasolina marcando redução na ordem de 6,1% e 8,2%, respectivamente. A produção doméstica de nafta também sofreu, seguindo caminho contrário e marcando baixa anual de 19,2%, impactando o balanço de O&D local do produto.

Produção de combustíveis pela Índia (mbpd)

Fonte: JODI, PPAC. Elaboração: StoneX.

Em meio ao cenário de queda produtiva somada à expansão do consumo, o governo indiano anunciou no início de julho/22 um novo imposto de exportação à produtores locais, além de impor novas restrições sobre o volume de produtos enviados para o exterior. Tal movimentação permitiu uma queda expressiva das exportações do país entre julho e outubro. Enquanto o primeiro semestre foi marcado por uma expansão das exportações em 9% no diesel e 12% nos derivados agregados, o período entre julho e outubro foi marcado por uma redução de 12% e 4% nas vendas externas de diesel e combustíveis, respectivamente.

Exportações de diesel pela Índia (mbpd)

Fonte: JODI, PPAC. Elaboração: StoneX.

Para o Brasil, o reflexo dessa queda se deu numa menor participação indiana das importações brasileiras de combustíveis. Enquanto, em 2021, o Brasil importou 2,8 milhões de m³ de diesel do país asiático, em 2022 o indicador operou em 2,5 milhões de m³, marcando queda de 8,9%, mesmo em um contexto de forte aumento das compras estrangeiras de diesel por parte do Brasil. Tanto os Estados Unidos como os Emirados Árabes Unidos acabaram expandindo significativamente a participação nas importações brasileiras, registrando aumento de 25,5% e 58,5% no volume enviado, respectivamente.

Share dos países nas importações brasileiras de diesel (% do total)

Fonte: MDIC. Elaboração: StoneX.

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