A consultoria StoneX estima que os estoques nacionais de NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) tenham avançado para 3,831 mi t no final de junho, superando em 20% o volume médio no comparativo com o final de junho dos últimos três anos.
Esse aumento está relacionado às importações aquecidas de fertilizantes. Mesmo com estoques elevados, importadores brasileiros optam pela compra do produto, incentivados pelas recentes quedas nos preços dos nitrogenados e fosfatados no mercado internacional.
“O potássio, embora não tenha registrado quedas recentes nas cotações, também atraiu os importadores, uma vez que, até maio, os estoques do nutriente se encontravam relativamente baixos”, completa o analista de mercado da StoneX, Fábio Rezende.
Foram importados um total de 2,746 mi t de fertilizantes intermediários em junho, alta anual de 26,1%. No acumulado do ano, as importações brasileiras somam 12,085 mi t, 21,6% a mais que no mesmo período de 2016. Há cerca de 900 mil t de nitrogênio (N) disponíveis no Brasil com produtores, importadores, distribuidores e misturadores, cerca de 44% a mais que a média dos últimos três anos no mês. Além da elevada importação de fertilizantes nitrogenados, especialmente no primeiro bimestre do ano, atraso nas retiradas dos fertilizantes para a cana-de-açúcar tem mantido os estoques altos.
Segundo dados da Associação Nacional pra Difusão de Adubos (ANDA), em junho as entregas de fertilizantes aos consumidores finais no Brasil somaram 2,883 milhões de toneladas, 3,5% a menos que no mesmo mês de 2016. “O recuo ano-a-ano das retiradas pelos agricultores está relacionada, principalmente, com as mais elevadas relações de troca das commodities agrícolas pelos adubos em comparação com o ano anterior”, explica o analista Rezende.
No acumulado do ano também passou-se a registrar uma redução nas entregas: entre janeiro e junho, elas somam 13,132 mi t, 0,38% a menos que no mesmo período do ano passado. Em total de nutrientes NPK, a queda é maior, de 2,2%, em decorrência da redução da fórmula média, de 43,64% nos seis primeiros meses de 2016, para 42,85% em 2017.