Fretes têm comportamento misto em dezembro de 2017

Esta movimentação das cotações, que leva em conta movimentação do porto em direção às principais regiões produtoras,  tende a ser sazonal, já que as compras de adubos para a segunda safra de milho se intensificam entre dezembro e janeiro. Além disso, o pagamento de 13º salário aos motoristas e aumento do preço do óleo diesel ampliaram os custos das transportadoras no mês, o que também teve efeito positivo no preço dos fretes.

Todavia, em uma análise anual entre dez/2017 e dez/2016, os fretes apresentaram comportamento misto entre as regiões analisadas. Em uma das principais rotas de internalização dos adubos, de Paranaguá/PR a Rondonópolis/MT, o frete médio de dezembro/17 foi de R$ 168,97/t, 3,5% acima dos R$ 163,30/t cotados no mesmo mês do ano anterior. Em Sorriso/MT, os fretes seguiram a mesma tendência, subindo cerca de 9,6% em dezembro do ano passado na comparação com dezembro/16, para R$ 205,96/t.

Essas altas fazem sentido considerando o forte aumento dos custos de transporte ao longo do ano. O principal fator por trás do aumento das despesas foi o combustível, que representa cerca de um quarto dos gastos das transportadoras. Com a nova política de preço da Petrobras, esses passaram a acompanhar as variações no mercado internacional. Nos quatro estados analisados (MT, MS, GO e PR), o preço do diesel avançou, em média, 11,4% no acumulado de 12 meses até dezembro.

Entretanto, em outras regiões produtoras, os fretes de dezembro acabaram recuando na comparação entre 2017 e 2016. Em Dourados/MS, observou-se um queda de 1,9% no período, para 103,56/t. Em Catalão/GO, o recuo foi mais sutil, de 0,1%, para 162,51/t. Londrina/PR teve a maior queda, de 4,9%, para R$ 81,31/t.

São dois os principais fatores por trás disso:

1. Houve um forte crescimento das exportações de grãos no quarto trimestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano anterior. Os portos brasileiros carregaram entre outubro e dezembro de 2017 cerca de 18,85 milhões de toneladas de soja e milho, contra somente 4,68 milhões de toneladas no 4ºT de 2016. O forte fluxo de cargas em direção aos portos ampliou a oferta de caminhões para frete retorno, barateando a entrega de fertilizantes;

2. As entregas de fertilizantes para os produtores de milho de inverno se encontram em um ritmo mais lento que na temporada anterior, reduzindo a demanda por transporte. Compras do Mato Grosso, contudo, não se encontram tão atrasadas como nos demais estados, justificando a discrepância na direção do preço dos fretes para entregas nesse estado.

Perspectivas

A partir das próximas semanas, já esperamos uma reversão baixista na tendência de preço dos fretes dos fertilizantes, apesar das maiores entregas de adubos aos produtores de milho de inverno.

O início das exportações de soja da safra 2017/18 deve ampliar ainda mais a oferta de caminhões nos portos, pressionando o frete retorno. Ao mesmo tempo, diversos analistas concordam que a cotação internacional do petróleo pode ter atingido um teto no momento, limitando as altas do óleo diesel.

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