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Piora das relações de troca atrasa comercialização de fertilizantes no Brasil

As aquisições de fertilizantes no Brasil estão menos adiantadas, se comparadas ao mesmo período de safras anteriores, de acordo com a Pesquisa Trimestral de Negociação de Fertilizantes realizada pela StoneX ao longo do mês de fevereiro. O ritmo mais lento das compras de NPK observado neste ano é consequência direta dos preços elevados dos fertilizantes nos últimos meses, que resultaram em relações de troca (RT) pouco atrativas aos agricultores das principais culturas produzidas no país.

A pesquisa, que abrange uma área plantada de cerca de 26 milhões de hectares, aproximadamente 43% do total do ciclo de grãos 21/22 (1ª e 2ª safras), expôs uma significativa redução dos níveis de aquisições dos adubos para o primeiro e segundo semestres de 2022 no Brasil, quando comparado ao volume adquirido neste mesmo período nos últimos dois anos. Os números apontam que, em fevereiro/22, 60% das negociações para o primeiro semestre de 2022 já haviam sido realizadas, considerando a média nacional. Este número é 16 pontos percentuais menor que o observado na pesquisa realizadas em fevereiro de 2021, respectivamente. Porém segue em linha com o número da pesquisa de 2020.

Histórico do resultado das pesquisas de comercialização para o 1º semestre

Fonte: StoneX

Ainda sobre o 1º semestre de 2022, na amostra, 19% dos consultados indicou a negociação de 0% a 24% de suas necessidades para a safrinha, demostrando que ainda há volume para ser comprado nas próximas semanas, visando entregas próximas.

Vale ressaltar que, pela metodologia da pesquisa, o resultado nunca chegará nos 100%, já que as respostas possuem um range de 25p.p., com a maior resposta possível sendo “entre 75% e 100% do volume adquirido”. Portanto, se todos os informantes fecharem o total de suas negociações, o índice resultante será 87,5%.

De todo modo, ainda vale destacar que nos últimos dois anos os agricultores brasileiros apresentaram um claro nível de adiantamento das compras de fertilizantes, ao passo que se aproveitaram de RTs favoráveis e da boa capitalização proveniente da valorização de suas commodities. Para este ano, a vantagem do adiantamento desapareceu com a disparada dos preços dos adubos e piora das relações de troca.

A retração do padrão de adiantamento das compras de fertilizantes fica ainda mais visível nos resultados da pesquisa referentes às aquisições para o segundo semestre de 2022 – composta principalmente pelas aplicações na safra verão 22/23. Neste último levantamento, o índice que considera a média nacional apontou que apenas 28% dos adubos necessários para o período já foram comprados, bem atrás do registrado em fevereiro do ano passado, de 43%. No Centro-Oeste esta diferença é ainda maior, já que o indicador está em 28% em fev/22, atrás dos 52% da pesquisa de fev/21, referente às compras para o segundo semestre de 2021.

Histórico do resultado das pesquisas de comercialização para o 2º semestre

Fonte: StoneX

Histórico do resultado das pesquisas de comercialização para o 2º semestre
Fonte: StoneX

Embora os números atuais reflitam em um cenário de maior preocupação a respeito da disponibilidade brasileira de fertilizantes para os próximos meses, ainda há tempo hábil para as compras ocorrerem, especialmente quando se trata das aquisições para o segundo semestre. No primeiro bimestre deste ano, observamos uma retração dos preços dos fertilizantes nitrogenados e uma certa estabilidade dos fosfatados e potássicos, somado a uma valorização concomitante dos preços dos grãos – o que acabou melhorando as relações de troca para os agricultores neste período, em relação aos níveis observados no final do ano passado. Tal movimento elevou a capacidade de compra dos adubos, assim como deverá refletir em uma aceleração das aquisições para as próximas janelas de aplicação.

No entanto, é importante destacar que o atraso das aquisições de NPK reduz a janela de compras, tornando os compradores mais expostos às variações futuras dos preços. Tal exposição se torna ainda mais preocupante neste cenário que vem se construindo desde o início de março, no qual a invasão russa à Ucrânia deverá refletir em uma redução da oferta global disponível de NPK e em consequente aumento dos preços dos adubos.

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