A Associação de Trigo dos Estados Unidos (U.S. Wheat Associates, no termo em inglês) publicou recentemente seu relatório anual, no qual aborda a qualidade da safra corrente. Uma pesquisa realizada em 12 estados norte-americanos e numa área que compreende 90% da produção de todo o trigo HRW indicou que a o nível de proteína médio do trigo tipo HRW nesta safra 2017/18 ficou em 11,4%. O nível está abaixo da média dos últimos cinco anos (de 12,6%) e do importante nível de referência do mercado, de 12%.
Outras categorias
A análise do SRW também identificou teor médio de proteína abaixo do patamar de 10% dos últimos anos. Para este ciclo 2017/18, a Associação aponta para algo em torno de 9,5%.
Por outro lado, a tendência nesta safra é de recuperação para o trigo de primavera HRS, cuja proteína já naturalmente mais elevada. Os dados indicam um teor proteico médio de 14,6%, o mais elevado desde 2012/13.
A boa qualidade da safra do HRS foi resultado das condições muito secas nas lavouras durante o desenvolvimento. Esse trigo consegue produzir mais proteína em condições de menor umidade. Entretanto, a falta de chuvas causou uma intensa queda na produtividade. Espera-se uma produção de apenas 10,5 milhões de toneladas de HRS, a menor oferta dos últimos dez anos.
Para o trigo HRW, o cenário é ainda mais limitante. Além do menor teor médio de proteína, se espera uma redução de 30% na produção desta safra em comparação com o produzido em 2016/17. Isso significaria uma colheita de cerca de 20,4 milhões de toneladas. Em conclusão, a disponibilidade de trigo norte-americano com 12% de proteína deve ser reduzida nesta safra 2017/18. Os motivos sendo menor qualidade e quantidade da safra do HRW e forte quebra na produção do tipo HRS.
—
Matéria escrita por João Macedo, colaborador StoneX até janeiro de 2019.