Plantio praticamente encerrado em Campo Novo do Parecis

A Expedição Safra 2016/17 avança para o norte do Mato Grosso e chega a Campo Novo do Parecis. Pela estada, observa-se que a grande maioria dos campos já foi semeada e apresenta germinação completa, confirmando as informações de uma safra adiantada na região. Chegando a “Campo Novo” avistamos muito algodão colhido ainda no campo, aguardando beneficiamento. Segundo informações locais, o rendimento do algodão foi bastante satisfatório na última ‘safrinha’. A área, agora, já é ocupada pela soja germinada.

Os relatos obtidos nas fazendas confirmam que o ritmo de plantio foi recorde nesse ano, com diversos agricultores relatando um início de plantio no dia 19 de setembro – o vazio sanitário se encerrou dia 15 de setembro na região – e finalização do plantio ainda em outubro. Isso nos mostra que em apenas 40 dias, praticamente toda região do Alto Teles Pires foi semeada.

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Caminho de Campo Novo do Parecis; Algodão no campo e soja plantada. Fotografia: Pedro Verges / StoneX

A expectativa de produtividade na região é parecida com a da safra 2015/16 e deve girar em torno de 60 sacas por hectare, segundo relato de Sérgio Stefanello, da Fazenda Porta do Céu. Na propriedade o ritmo de plantio também foi acelerado, encerrando os trabalhos de início de safra no dia 20 de outubro. Esse foi o plantio que ocorreu mais cedo em 3 décadas de experiência na Fazenda Porta do Céu.

Uma peculiaridade da região é a grande diversificação da ‘safrinha’ entre as culturas e a existência de grandes áreas plantadas com soja convencional, não transgênica. Problemas com nematoides e um prêmio de preço sobre a soja transgênica incentivam os agricultores a gastar mais tempo e dinheiro no manejo da soja tradicional, que apresenta maior resistência à praga.

Na ‘safrinha’, a região se divide entre o milho tradicional (‘safrinha’), milho de pipoca, algodão e girassol. A cidade ainda possui uma indústria de beneficiamento de girassol que foi recentemente atualizada, passando do processo mecânico para o processo químico de extração de óleo.

Na Fazenda Ortolan, propriedade de Marcos Ortolan e seus irmãos, foram plantados 2,7 hectares de soja no atual ciclo 16/17. Todas são variedades transgênicas: “Escolhemos pela facilidade no manejo, após um ano de problemas com ervas daninhas”, explica Marcos. A produtividade esperada também é acima de 60 sacas por hectares. Otimismo trazido pelo plantio antecipado, que se encerrou no dia 29 de outubro, e ocorreu de forma bastante acelerada.

A comercialização está atrasada em relação aos anos anteriores na cidade, com a condição variando de produtor para produtor, mas girando em torno de 20% na média. Mesmo os preços elevados na entressafra não foram suficientes para estimular a venda e a recente queda nos preços segura o ímpeto vendedor.

Novamente as ressalvas ficam por conta da concentração do plantio em um curto período de tempo, o que aumenta o risco de problemas durante a colheita. Durante o final de janeiro e começo de fevereiro, quando se inicia a colheita com maior intensidade, há previsão de menores temperaturas, o que pode gerar a ocorrência de invernadas. O próprio Marcos Ortolan nos alerta desse problema e informa que já está providenciando uma colheitadeira extra para que possa realizar a colheita de maneira mais ágil.

Como diz Stefanello, em uma metáfora com futebol, a safra ainda está nos 30 minutos do primeiro tempo e o placar já marca 3×0 em favor da boa produtividade. A grande questão é que ainda tem muita bola para rolar e já foram vistas viradas mais difíceis. É preciso manter o pé no chão e continuar trabalhando para que tudo corra conforme programado.

Fonte: Pedro Verges / StoneX

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