País ocupou o terceiro lugar nas importações de soja em 2018
O andamento da safra de soja da Argentina está bastante favorável, com a maior parte das lavouras em condições boas ou excelentes.
Mesmo assim, o clima continua sendo monitorado de perto, com a ocorrência de chuvas pesadas. No final da primeira semana de fevereiro foram registrados elevados volumes de precipitação, o que trouxe preocupações sobre potenciais prejuízos, mas, por outro lado, áreas do norte, do Centro-norte do país e de Córdoba foram beneficiadas, pois melhoraram as condições hídricas de lotes que estavam com umidade mais restrita.
Assim, segundo a Bolsa de Cereales de Buenos Aires, a estimativa para a produção de soja no país no ciclo 2018/19 se mantém em 53 milhões de toneladas, o que, se confirmado, representará um aumento de 41% em relação à safra passada, quando houve quebra, com perdas em torno de 19 milhões de toneladas.
Essa menor produção de soja na Argentina no ano passado levou o país, que é o terceiro maior produtor mundial da oleaginosa, a importar uma quantidade recorde soja. Como a Argentina esmaga a maior parte de sua soja e exporta os subprodutos, o país importou cerca de 6,5 milhões de toneladas de soja em 2018 (considerando também grão para semeadura), segundo dados de comércio exterior da própria Argentina, para reduzir o impacto da menor disponibilidade da oleaginosa sobre seu complexo de esmagamento de soja.
Em termos comparativos, em 2017, a Argentina importou 1,9 milhão de toneladas do grão, majoritariamente do Paraguai. Em 2016, as importações de soja pelo país ficaram em 854 mil toneladas.
Com esse aumento acentuado das compras internacionais de soja, cabe destacar que a Argentina ocupou o posto de terceiro lugar nas importações mundiais de soja no ano passado, ficando atrás somente da China e da União Europeia.
A maior parte da soja importada pelo país continuou sendo originada no Paraguai, mas com um aumento considerável em relação a anos anteriores, atingindo 4,2 milhões de toneladas. Em segundo lugar, ficaram os EUA, que enviaram 1,3 milhão de toneladas de soja para a Argentina. Usualmente, como os volumes importados pela Argentina não são tão elevados, os EUA não são uma origem tradicional. Contudo, como a quebra na Argentina coincidiu com a guerra comercial, os preços da soja norte-americana foram pressionados e ficaram bastante atrativos para importadores, que não a China, pois os outros países não pagam a tarifa de 25%.
Em 2019, ao que tudo indica, pelo menos por enquanto, a safra Argentina tende a atingir as expectativas de produção, com uma recuperação frente ao ano passado, e os volumes importados devem voltar a ficar menores, em linha com anos anteriores a 2018.