Equipe de clientes e consultores StoneX que viaja ao Gigante Asiático não vê otimismo quanto a um acordo próximo entre China-EUA
Consumir estoques de soja, importá-la de outros países que não Estados Unidos, alterar a ração e diminuir o consumo de carne – mas, definitivamente, não comprar a soja americana. Esse é o posicionamento chinês em relação à Guerra Comercial.
“Nos passaram a percepção de que comprar soja americana neste momento equivale a trair o governo, e que todas dependem muito dele, inclusive as privadas”, explica o consultor da StoneX, Vinícius Xavier, que participa da III StoneX Viagem Comercial à China. “Caso alguma empresa resolva fazer isso, provavelmente o governo vai arrumar outros empecilhos, como a qualidade técnica do grão”, completa.
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Os consultores da StoneX que viajam pela China não acreditam em um acordo comercial entre China e Estados Unidos antes de novembro. “Quanto à trading comprar e alterar origem, nos relataram que não funciona, e é preciso ter o certificado de origem”, relatam. “Mas concordaram que um caminho para a soja americana chegar ao consumo chinês seria o esmagamento ocorrer em outro país e a China fazer a importação de farelo/óleo”.
Esta dinâmica deve perdurar até fevereiro dessa forma, gerando um aperto em março. A insegurança chinesa gerada pela posição do Trump faz com que, mesmo em contexto de solução para o conflito, a porcentagem de compras futuras com origem americana seja reduzida.
A China possui estoques de 20 toneladas de soja, e já vê redução do uso de farelo de soja na ração: baixou de 22,5% em 2017 para 21,5% em 2018. Em alguns meses chegou a atingir 21%. Já o estoque de farelo está em alta em algumas regiões do país. A província que mais demanda, detém atualmente de 28 dias de estoque/uso.