No período da semeadura de soja foi verificado um atraso de chuvas no norte do Mato Grosso do Sul. Houve, também, uma estiagem que atingiu locais onde o plantio foi mais antecipado. ‘O desafio primeiro é o clima. Fazer um bom plantio da segunda safra, dentro da janela de plantio, é outro. E ficar atento aos custos’, aponta o Coordenador do Departamento Técnico do Sistema FAMASUL, Justino Mendes (foto).
A safra 2016/17 inicia com os resquícios de uma ‘safrinha’ de milho mais enxuta e a possibilidade de ocorrência do fenômeno La Niña. Em pauta, também estão o seguro rural e a gestão de custo – que, por sinal, aumentou para R$ 2.450/ ha no estado (puxado principalmente pelo financiamento e insumo).
‘O produtor tem que estar muito bem pautado com suas informações de custo. Nós temos que aproveitar e produzir mais para atender os mercados próximos ao estado, porque o Mato Grosso do Sul está logisticamente melhor localizado que o Mato Grosso, por exemplo’, explica Mendes.
No ciclo atual, a expectativa é que sejam colhidas 54 sacas/ ha de soja, contra 51 sacas/ ha no ciclo anterior, em que houve excesso de chuvas na colheita e, consequentemente, problema com grão ardido. A área total de soja corresponde a 2,4 milhões de hectares, enquanto o milho ‘safrinha’ agrega 1,7 milhões de hectares pelo estado (valores do ciclo 2015/16).
Soja florescendo em Deodápolis, no sul do estado. Fotografia: Carolina Barboza / StoneX
A comercialização sul mato-grossense está em torno de 30%. Para Mendes, o ideal é que o produtor acompanhe o mercado e feche gradativamente o seu produto. ‘Ele não é formador de preço, ele é tomador. Por isso deve estar sempre acompanhando os níveis no mercado’, resume. ‘O produtor tem que estar atento nas condições que ele não pode controlar. As condições fora da porteira‘.
Plantio de soja em Itaquiraí. Fotografia: Carolina Barboza / StoneX